r7 -03/01/2023 22:00
Fernando Haddad é a grande aposta de Lula neste seu terceiro
mandato. Não por falta de aviso, o presidente insistiu em colocar seu fiel
escudeiro à frente do Ministério da Fazenda. Os boletos dessa escolha não param
de chegar.
O ex-prefeito não reeleito de São Paulo já era visto com
desconfiança antes mesmo de tomar posse. Ontem, oficializado no cargo, teve uma
estreia que só confirma as expectativas. Começou mal, titubeante, na defensiva,
quase desastroso em suas primeiras declarações — recebidas como sinal de
fraqueza e falta de um rumo claro para a economia do país.
O mercado financeiro, analistas e representantes do setor
produtivo não entenderem nada do anunciado "Plano de sustentabilidade
social, ambiental e econômica". Haddad ainda não sabe dizer o que
exatamente pretende fazer. Talvez não tenha mesmo ideia, tamanho o malabarismo
verbal que demonstrou.
Ele está refém de um cenário político desfavorável, até
porque não tinha o perfil que sinalizasse um ministro com a força e o talento
necessários para enfrentar os problemas de um país dividido e com sérios
desafios à frente.
Haddad já entrou perdendo, quando teve o aumento no preço
dos combustíveis interditado por conta da pressão política (e popular),
inclusive interna, a que foi submetido o novo governo. Lula mandou adiar o
reajuste. O ministro engoliu o sapo e fez de conta que, para ele, tudo bem.
O presidente eleito deve ter algum tipo de obsessão pelo
ex-prefeito não reeleito de São Paulo. Só pode ser camaradagem, gratidão por
ele ter se sacrificado no altar de 2018, quando a campanha #LulaLivre se
mostrou o maior erro da história da esquerda brasileira.
A economia do país não tem nada a ver com isso. Como todos
nós sabemos, boletos chegam todos os dias. E precisam ser pagos. Haddad já
entrou devendo.