r7 -15/03/2022 00:00
Segundo previsão de instituições financeiras, os remédios
terão um reajuste de mais de 10% a partir de 1º de abril. Mais de 10
mil medicamentos são regulamentados e reajustados uma vez por ano.
Quem define os valores é o CMED (Comitê Técnico-Executivo da
Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), que é o órgão interministerial
responsável pela regulação do mercado de medicamentos, e a Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) exerce o papel de secretária-executiva.
O CMED disponibiliza uma lista com o preço máximo de cada
medicamento. Para consultá-la, clique aqui. O cálculo para reajuste tem como base uma
fórmula específica, que leva em consideração:
• a inflação medida pelo IPCA;
• a produtividade do setor (fator X);
• energia;
• câmbio;
• fator de ajuste de preços relativos entre setores (Y); e
• fator de ajuste de preços relativos intrassetor (Z).
As previsões ainda podem ser ajustadas, já que o mercado
financeiro espera a definição sobre os valores de preços relativos entre
setores (Y). A produtividade do setor farmacêutico (X) e os preços intrassetor
(Z) foram zerados neste ano.
“Se o fator Y vier zerado, nossa projeção para um reajuste
fica em 10,5% a partir de abril. Sendo assim, a inflação de fevereiro –
consolidada em 10,54% – deverá ser integralmente refletida no reajuste
autorizado pelo CMED em abril, visto que todos os outros fatores ficaram
zerados”, explicou o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.
Em janeiro, o Citi divulgou um relatório em que também
previa uma alta de cerca de 10%. “Vemos as notícias de forma positiva para o
setor [farmacêutico], pois devem permitir que as empresas compensem alguns dos
recentes ventos contrários de custo decorrentes de oscilações cambiais e
interrupções na cadeia de suprimentos", observaram os analistas Leandro
Bastos e Renan Prata na ocasião.
No ano passado, o aumento foi de até 10,08%. Em 2020, devido
à pandemia, o reajuste no preço dos medicamentos foi suspenso por dois meses,
passando a valer em 31 de maio. Na época, o aumento máximo foi fixado em 5,21%.