R7/Reuters -09/05/2020 23:22
O ministro
da Economia, Paulo Guedes, disse neste sábado (9) que o BC (Banco Central)
vai "chuveirar dinheiro na economia inteira" no caso de uma depressão
econômica causada pela pandemia do coronavirus.
Apesar dessa declaração, em uma live realizada pelo Itaú
Unibanco, Guedes disse acreditar que a economia brasileira terá uma recuperação
em "V", uma vez que os sinais vitais econômicos do país estão
preservados até agora.
O Congresso aprovou na quinta-feira uma emenda
constitucional separando gastos extras e medidas emergenciais para ajudar a
enfrentar o impacto da crise, dando ao Banco Central poderes para comprar
ativos do setor público e privado.
Em caso de depressão, Guedes disse que o BC poderia fornecer
liquidez para empresas e até pequenas empresas. "Vamos chuveirar dinheiro
na economia inteira se houver depressão", se houver uma demanda infinita
por liquidez", disse ele.
Até agora, disse Guedes, é mais provável que a economia
brasileira registre uma recuperação rápida, impulsionada por taxas de juros
baixas. Na quarta-feira, o BC cortou
sua taxa de referência Selic em 0,75 ponto percentual, para 3%.
Ele acrescentou que o Brasil preservou 6 milhões de empregos
ao lançar uma medida que permite o corte de salário e de jornada dos
trabalhadores.
Para impulsionar a economia no pós-crise, Guedes disse que o
governo pode aumentar os gastos públicos em infraestrutura, mas que isso
dependeria de o governo conseguir economizar recursos em outras áreas.
Guedes aproveitou para justificar as insistentes críticas do
presidente Jair Bolsonaro a medidas de isolamento social de governadores e
prefeitos e sua defesa pela retomada da atividade econômica como um
"desespero" diante do que pode ocorrer dependendo dos próximos
passos.
"Não é hora para ter briga, não é hora, temos que estar
unidos, somos brasileiros todos, quer dizer, agora é uma hora realmente para
estarmos juntos para combater", disse Guedes.
"E mesmo as brigas que acontecem eu interpreto muito
mais como as lutas do desespero", acrescentou. "Se está todo mundo
trancado em casa, o presidente [diz] 'pelo amor de Deus, pensem na produção, se
não daqui a pouco vai vir uma depressão e vai piorar muito'."
"É muito mais um desespero do presidente com a situação
que pode se desenvolver se nós não percebermos que precisamos das duas
asas", numa referência à saúde e à economia.