estadao -11/05/2020 11:42
O presidente Jair Bolsonaro respondeu, nesta segunda-feira
(11), a um apoiador que o questionou sobre a "demora do ministro da Saúde,
Nelson Teich, em endossar o uso da hidrocloroquina" no tratamento da
covid-19. O medicamento ainda não tem eficácia comprovada contra a doença.
"Não é verdade essa informação (sobre demora), porque
está no protocolo. Tem Estado que não está aceitando. Está dificultando, outros
não". O presidente destacou ainda que o medicamento pode ser encontrada em
farmácia do DF. "Tem a cloroquina aqui nas farmácias em Brasília, aqui tem. Em
alguns Estados não tem. Vamos tentar correr atrás o por que não tem",
disse.
Bolsonaro também voltou a minimizar os gastos com o cartão
corporativo. Em conversa com apoiadores, o presidente disse que financiou parte
da operação de repatriação de brasileiros residentes em Wuhan, na China.
Questionado por uma apoiadora se a China escondeu dados
sobre o novo coronavírus, o presidente evitou comentar sobre o assunto e citou
os gastos do cartão presidencial.
"O que eu posso falar da China é que ontem a imprensa
como sempre, dá licença aí, a imprensa como sempre criticando o cartão
corporativo", comentou. Bolsonaro criticou a imprensa por noticiar os
gastos feitos de janeiro a abril deste ano.
Como o jornal O Estado de S. Paulo revelou, os gastos do cartão corporativo dobraram nos quatro primeiros meses
de 2020, na comparação com a média dos últimos cinco anos. A fatura no
período foi de R$ 3,76 milhões. O valor gasto é lançado todo mês no Portal da
Transparência do governo, mas não é detalhado, o que impede saber o peso que a
operação para resgate dos brasileiros na China teve na fatura total.
Aos apoiadores, Bolsonaro falou sobre gastos na operação de
repatriação, sem explicações mais detalhadas sobre o assunto. "Até parece
que eu estou tomando, tô usando o cartão para fazer festa", comentou.
Na saída da residência oficial, Bolsonaro apareceu usando
máscara de proteção. Pela manhã, ao sair do Alvorada, o presidente não costuma
usar máscara. Nesta segunda, contudo, o governo do Distrito Federal inicia a
fiscalização do uso de máscaras em espaços públicos.
O decreto que estabelece a obrigatoriedade do uso vale desde
o dia 30 de abril, mas ainda não havia penalização para quem não cumprisse a
determinação. Pela norma, os brasilienses devem usar a proteção também em vias,
paradas e veículos de transporte público coletivo, além de estabelecimentos
comerciais, industriais e de serviços. A multa para quem não cumprir a
definição pode chegar a R$ 2 mil.