r7 -07/03/2021 18:04
Brasil e Israel assinaram neste domingo (7) um acordo
bilateral de cooperação na luta contra a pandemia da covid-19 e em áreas, como
tecnologia e segurança.
O acordo foi selado durante um evento em Jerusalém com os
respectivos ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo e Gabi Ashkenazi.
"Além da parte médica, concordamos em trabalhar juntos
nas áreas de tecnologia, inovação, segurança, agricultura, ciência e espaço.
Ajudaremos o Brasil de todas as maneiras possíveis e estudaremos formas de
aprofundar a pesquisa e desenvolvimento de medicamentos e outras soluções para
lidar com o vírus", anunciou Ashkenazi em uma aparição conjunta com o
diplomata brasileiro.
Araújo lidera a delegação brasileira em visita oficial a
Israel até terça-feira (9). Entre eles está o deputado Eduardo Bolsonaro, filho
do presidente Jair Bolsonaro, que nos últimos anos fortaleceu os laços com o
governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
A cerimônia começou com a assinatura de uma declaração
conjunta dos dois ministros, que expressaram sua simpatia mútua e elogiaram os
laços entre as autoridades israelenses e brasileiras.
Araújo descreveu Israel como "um parceiro-chave em
áreas absolutamente decisivas para o Brasil", como novas tecnologias e a
estratégia para enfrentar o coronavírus.
"Israel está dando o exemplo liderando o caminho na
vacinação e na luta contra a pandemia", destacou o ministro. "O
Brasil também tem iniciativas interessantes em termos de pesquisa e quer
compartilhá-las. Queremos ser um parceiro [de Israel] para o desenvolvimento de
vacinas e medicamentos", acrescentou.
Ainda ontem, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que
há uma
vacina contra a covid-19 sendo desenvolvida por cientistas brasileiros e
que os resultados preliminares dos estudos serão apresentados ao governo israelense
pela missão chefiada por Araújo. Está programado um encontro da delegação com
Netanyahu amanhã.
Mais da metade da população de Israel já recebeu pelo menos
uma dose do imunizante fabricado pela farmacêutica americana Pfizer. O país
lidera a campanha de vacinação mais rápida do mundo e pretende que a maioria de
sua população de 9,2 milhões de habitantes seja inoculada até o final deste
mês.
O Brasil, por sua vez, aplica vacinas do laboratório chinês
Sinovac e da anglo-sueca AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford,
com doses importadas e outras de produção local.
A pandemia teve forte impacto no Brasil, cujo presidente se
destacou como um dos líderes mundiais mais céticos quanto à sua gravidade. Até
agora, o país está perto de 11 milhões de infecções e ultrapassou 264 mil
mortes.