cnn -17/12/2023 23:24
Com quase 100% das urnas apuradas, o Chile rejeitou a
proposta de uma nova Constituição em plebiscito realizado neste domingo (17).
O texto proposto visa substituir a atual Carta Magna
chilena, que remonta à ditadura do general Augusto Pinochet, que governou o
país de 1973 a 1990.
A apuração somava, com 99,86% das urnas apuradas até às 23h,
com vantagem de 11 pontos percentuais para a opção contrária à mudança. Segundo
dados oficiais, 55,76% votaram contra, enquanto 44,24% escolheram alterar o
texto constitucional.
É a segunda vez que os chilenos recusam alterações na
Constituição.
Este novo plebiscito faz parte do processo constituinte
iniciado em 2020 após uma onda de protestos contra o alto custo de vida e a
desigualdade que um ano antes abalou o país sul-americano.
O Conselho Constitucional, dominado por forças de direita,
foi encarregado de redigir o texto. Uma primeira tentativa de substituir a
Constituição, dominada por forças de esquerda e independentes, também havia
fracassado em setembro do ano passado.
A proposta de Constituição foi considerada por alguns
analistas como mais conservadora do que a da ditadura, e coloca em centro os
direitos de propriedade privada e regras rígidas sobre imigração e aborto.
Os proponentes no início do processo esperavam que uma nova
Constituição ajudasse a inaugurar uma era de unidade no Chile, após uma onda de
insatisfação pública que gerou grandes manifestações em 2019 sobre o aumento da
desigualdade e o estado precário dos serviços públicos.
Mas as prioridades mudaram para muitos chilenos em meio a
uma forte desaceleração econômica, cansaço com o processo constitucional e
descontentamento com o aumento da criminalidade.
Antes do plebiscito, o presidente Gabriel Boric disse que
não pressionaria por uma terceira reformulação, mas poderia tentar emendar o
texto atual.