r7 -26/12/2022 13:28
Cerca de 71 aeronaves da força aérea chinesa, incluindo
caças e drones, entraram na zona
de identificação de defesa aérea de Taiwan nas últimas 24 horas, disse
o governo da ilha nesta segunda-feira (26), a maior incursão da história.
Das aeronaves, 43 também cruzaram a linha mediana do
Estreito de Taiwan, uma barreira não oficial entre os dois lados que fica
dentro da zona de defesa, disse o Ministério da Defesa de Taiwan em um
comunicado, enquanto Pequim segue com atividades militares perto da ilha.
Apesar de ser autogovernado, a China vê Taiwan como uma
província separatista com a qual eventualmente se reunirá.
Já a ilha, que rejeita fortemente as reivindicações de
soberania da China, disse que os exercícios mostram que Pequim está destruindo
a paz regional e tentando intimidar o povo de Taiwan.
Uma autoridade do território familiarizada com o
planejamento de segurança na região disse à Reuters que Taiwan
avaliou que a China encenou a "provocação" militar para demonstrar
oposição a uma nova lei de autorização de defesa dos EUA que aumenta a
assistência militar a Taiwan.
As tensões entre os dois lados aumentaram constantemente nos
últimos meses.
Em agosto, Pequim ficou furiosa com a visita a Taiwan da
presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a
política americana mais importante a visitar o território em 25 anos.
A China, em resposta à visita, realizou o que foi o maior
exercício militar do país nos mares ao redor de Taiwan e também bloqueou parte
do comércio com a ilha.
O ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu,
condenou a ação chinesa na época como altamente provocativa. A China nunca
disse que não usaria a força para colocar Taiwan sob seu controle.
A China ainda disse ter realizado "exercícios de ataque"
em torno de Taiwan no último domingo (25) em resposta ao que disse ser uma
provocação da ilha e dos EUA.
Washington sempre andou na corda bamba diplomática sobre a
questão de Taiwan.
Por um lado, adere à política de Uma Só China, um dos
pilares de sua relação com Pequim, na qual os EUA reconhecem que existe apenas
um governo chinês e têm laços formais com Pequim e não com Taiwan.
No entanto, o país também mantém relações estreitas com
Taiwan e vende armas para ele sob a Lei de Relações com Taiwan, que afirma que
os EUA devem fornecer à ilha os meios para se defender.
A China tem intensificado sua pressão diplomática, militar e
econômica nos últimos anos na ilha autogovernada para aceitar o governo de
Pequim. Taiwan diz que quer a paz, mas que se defenderá se for atacado.