r7 -18/10/2022 09:24
A Comissão de Transparência e Defesa do Consumidor do Senado
deve ler nesta terça-feira (18) o requerimento de audiência pública com o
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes,
para debater
as divergências entre as pesquisas de intenção de voto divulgadas por
institutos e os resultados das urnas no primeiro turno das eleições. A
reunião está marcada para as 14h30.
O requerimento, de autoria do senador Carlos Portinho
(PL-RJ), deveria ter sido lido na última terça-feira (11), mas a reunião da
comissão foi adiada por falta de parlamentares em número suficiente.
Além de Moraes, devem ser convidados a falar na audiência
representantes dos institutos de pesquisa e cientistas
políticos. Diferentemente de quando há pedido de convocação para
esclarecimentos, os convidados para audiência pública não são obrigados a
aceitar a solicitação da comissão.
"É preciso discutir seriamente esse tema, saber se tudo
não passa de erros graves de metodologia ou se existe algo pior, como a intenção
deliberada dos institutos e/ou de seus contratantes de manipular a opinião dos
eleitores", defende Portinho na justificativa do requerimento.
Se aprovada, essa audiência pública deve ocorrer antes da
instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
dos Institutos de Pesquisa, que, embora tenha conseguido assinaturas
suficientes para ser lida no plenário da Casa, ainda está sob análise do
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Diferenças entre pesquisas e resultados das urnas
Durante a campanha eleitoral, os
principais institutos de pesquisa anunciaram resultados muito diferentes na
disputa presidencial do que aqueles verificados após a totalização da apuração
das urnas. O Datafolha e o Ipec davam menos de 40% de índice de votos a Jair
Bolsonaro (PL), que teve 43,2% no fim da apuração. Ao mesmo tempo, os dois
institutos apontavam a possibilidade de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) no primeiro turno, o que não ocorreu.
Também houve uma grande disparidade na votação para
governador em São Paulo. Durante toda a corrida eleitoral, Fernando Haddad (PT)
esteve à frente de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Tanto o Ipec quanto o
Datafolha davam de 41% a 39% a favor do candidato petista. No entanto, no fim
da apuração, Tarcísio
chegou em vantagem em relação a Haddad, com 42,32%, contra 35,7% para o
candidato do PT.