r7 -31/03/2022 22:23
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), confirmou
nesta quinta-feira (31) a renúncia ao cargo para concorrer à Presidência da
República nas eleições de outubro. O anúncio foi feito em meio à incerteza de
quem seria o candidato do partido ao Palácio do Planalto: se o próprio Doria ou
o governador
do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
Na manhã desta quinta, Doria teria surpreendido aliados e auxiliares
ao comunicar que havia desistido de concorrer ao cargo de chefe do Executivo
nacional, fato que entrou nos temas
mais comentados nas redes sociais. O anúncio teria pego de surpresa também
o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), que chegou a pedir demissão da
Secretaria de Governo.
No entanto, após o presidente
nacional do PSDB, Bruno Araújo, confirmar que Doria será o nome do PSDB na
corrida ao Palácio do Planalto, o governador voltou atrás. Uma cerimônia no
Palácio dos Bandeirantes nesta tarde selou a saída de Doria do governo de São
Paulo e a confirmação de que ele concorrerá à Presidência.
Ao discursar no evento, Doria falou que quer trabalhar com
outros partidos em prol de uma terceira via que seja capaz de fazer frente ao
presidente Jair Bolsonaro, pré-candidato do PL, e de Luiz Inácio Lula da Silva,
pré-candidato do PT.
"Sim. Serei candidato à Presidência da República pelo
PSDB. O nosso partido. E juntos, ao lado de outros partidos valorosos de políticos
e de pessoas que têm respeito pela democracia, pela vida e pelos cidadãos. Nós
vamos vencer. Vamos vencer o populismo, a maldade, a diversidade e a corrupção.
E, juntos, todos nós vamos ter um Brasil novo", afirmou.
Doria deixou a gestão estadual a cargo de Garcia, que
tentará a reeleição para o governo paulista, e disse que quer começar a
campanha já no próximo sábado (2).
“Eu quero estar ao lado de vocês, a partir do próximo dia 2,
para mostrar que é possível, sim, ter uma nova alternativa para o Brasil. Uma
alternativa de paz, de trabalho, de dedicação, de humildade e de integração de
todo o Brasil. E fazer isso com determinação. Longe da ideologia, distante do
populismo e absolutamente condenando a corrupção e o mau trato do dinheiro
público.”
Vitória em 2018
João
Doria assumiu o governo de São Paulo em 1º de janeiro de 2019 após
derrotar o então governador Márcio França no segundo turno das eleições, em
2018. O tucano, ex-prefeito da capital, já havia sido o candidato mais votado
na primeira etapa da disputa. Com 100% das urnas apuradas, Doria
teve 10.990.350 votos (51,75%).
Doria Júnior concorreu a um cargo eletivo pela primeira vez
em 2016, quando venceu a disputa pela Prefeitura de São Paulo no primeiro turno
após uma campanha em que se declarava como “não político”.
Em novembro do ano passado, Doria
afirmou que o apoio dado a Jair Bolsonaro, então candidato à Presidência da
República, nas eleições de 2018, ocorreu em virtude das promessas de que o
governo dele seria "liberal", "democrático" e "pelo
fim da corrupção", mas que na prática não foi isso que aconteceu. "Eu
não tenho compromisso com o erro. Sempre tive compromisso com a verdade e com
os acertos. Milhões de brasileiros foram enganados, inclusive eu," disse o
pré-candidato à Presidência da República.
À época, João Doria disse que milhões se arrependeram de
votar em Bolsonaro e que o chefe do Executivo deixou de cumprir o que prometeu
durante a campanha assim que iniciou seu mandato. “O governo mentiu tanto que
no segundo mês já fazia campanha para a reeleição.”