Empresários fazem nova carreata contra o aumento do ICMS em SP

r7 -27/01/2021 13:08

Empresários do setor de carnes e derivados fazem nesta quarta-feira (27) um protesto em São Paulo contra o aumento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). As mudanças foram anunciadas pelo governo do estado e passaram a valer no dia 15 deste mês.

Os manifestantes se concentraram no estádio do Pacaembu, na zona oeste, e pretendem seguir em carreata até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo, na zona sul da capital. De acordo com a organização, mais de mil caminhões devem tomar as ruas em comboio.

A manifestação já causa congestionamento em importantes vias da cidade, como as Marginais Tietê e Pinheiros, avenida Rebouças e ainda as rodovias dos Bandeirantes e Anhanguera. A capital paulista tinha 38 quilômetros de congestionamento às 9h, por causa da carreata.

A Polícia Militar fez bloqueios em todos os acessos ao Palácio dos Bandeirantes para impedir a aproximação dos manifestantes.

Profissionais de frigoríficos, açougues e distribuidores marcaram o protesto porque a categoria considera abusivo o aumento do imposto. Segundo os organizadores do ato, a medida do governo vai impactar nos preços da carne de boi e frango, que vão ficar ainda mais caros ao consumidor. Os mais prejudicados serão os mais pobres, que não terão condições de pagar pelos alimentos.

Outro impacto do aumento do ICMS será sentido por bares e restaurantes, já afetados pelas restrições para tentar barrar a propagação do novo coronavírus. Segundo o setor, os preços das refeições também devem ficar mais caros.

A categoria teme ainda que aumente o desemprego no estado de São Paulo.

Um dos participantes do protesto afirmou à Record TV que o efeito do aumento do ICMS será em cadeia: "Nós não vamos conseguir sobreviver por mais dois meses. As vendas caíram 80%, mas o imposto subiu".


Categoria alega que aumento do imposto vai impactar nos preços de carnes de boi e frango

REPRODUÇÃO / RECORD TV

Na ocasião, o governo justificou o reajuste do imposto como uma forma de aumentar a arrecadação do estado em meio à pandemia. Com isso, foram retirados benefícios fiscais de determinados setores da economia.

Em entrevista à rádio BandNews FM na manhã desta quarta-feira, o governador João Doria (PSDB) negou que houve aumento do imposto. "Uma coisa é aumentar imposto e outra é reduzir benefícios fiscais. Não é a mesma coisa. Não há nenhum aumento de imposto em São Paulo. O governo não aumentou e nem vai aumentar", disse. O governador ainda destacou que "toda a cadeia alimentícia foi amparada e protegida. As circunstâncias que podem criar algum tipo de situação nos pequenos açougues, o diálogo segue aberto".

Doria voltou a defender que a mudança tem limite máximo de 24 meses e alegou que o estado também foi atingido pela crise fiscal. "Temos responsabilidade fiscal e não vai acontecer o que aconteceu no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. O Rio tem dificuldade para pagar combustível para as viaturas do sistema de segurança. [...] É preciso equilíbrio, diálogo e entendimento".


Senador Major Olímpio participa do protesto contra aumento do ICMS em São Paulo

REPRODUÇÃO

Protesto

O senador Major Olímpio (PSL) apoia o protesto: "Não dá pra colocar uma alíquota do ICMS do tamanho que foi colocado. Esse decreto foi despótico. Estamos lutando pelas empresas e pelo emprego. Famílias estão implorando para trabalhar e produzir e quer que o produto chegue de forma que a população mais pobre possa consumir".

De acordo com o parlamentar, o ato não é uma manifestação política. "Só no estado de São Paulo teve esse aumento e vai prejudicar a competitividade dos produtos com outros estados. Tenho dados da Secretaria da Fazenda que mostram que, mesmo com a pandemia, a arrecadação não diminuiu em 2020", enfatizou.