r7 -06/09/2022 18:37
O governo
federal avalia a possibilidade de retorno do horário de verão,
encerrado em 2019, após análise do Ministério
de Minas e Energia (MME) revelar que o consumidor teria uma economia
de R$ 100 milhões com o fim da política. A decisão final cabe ao presidente
Jair Bolsonaro (PL), mas a pasta pediu ao Operador Nacional do Sistema Elétrico
(ONS) estudos sobre a medida.
Em nota, o Ministério informou que, tendo em vista a competência legal para
formulação e aprimoramento das políticas públicas voltadas para o setor
energético, "realiza constantemente estudos, pesquisas e avaliações
técnicas das melhores medidas possíveis sobre o tema, de acordo com o contexto
energético vigente, a fim de manter a segurança energética e a modicidade
tarifária ao consumidor brasileiro".
"Desta forma, ainda não há definição com relação às implicações e
implementação da referida medida", explicou o Ministério.
Procurado pelo R7, o ONS ainda não se pronunciou sobre
os estudos produzidos recentemente. O espaço segue aberto para manifestações.
O horário foi extinto em abril de 2019, com base em estudos
do ministério, que destacaram a "pouca efetividade" na economia
energética, e também em estudos da área da saúde sobre quanto o horário de verão
afeta o relógio biológico das pessoas.
Hábitos de consumo
À época do encerramento da política, o ministério informou
que, nos últimos anos, com as mudanças no hábito de consumo da população e a
intensificação do uso do ar condicionado, o período de maior consumo diário de
energia elétrica foi deslocado para o período da tarde, quando o horário de
verão não tinha influência.
"Como a luz traz consigo o calor, o horário de verão também passou a
produzir um efeito de aumento de consumo em determinados horários, que já
superavam seus benefícios", explicou o MME em nota na época.
Segundo o ministério, a redução da economia do horário
de verão começou a ser percebida e questionada em 2017, quando foi registrada
uma queda de consumo da ordem de 2.185 megawatts, equivalente a cerca de R$ 145
milhões. Em 2013, a economia havia sido de R$ 405 milhões, caindo para R$ 159,5
milhões em 2016, uma diminuição de 60%.
Criação
Criado com a finalidade de aproveitar o maior período de luz
solar durante a época mais quente do ano, o horário de verão foi instituído no
Brasil em 1931 pelo então presidente Getúlio Vargas e adotado em caráter
permanente a partir de 2008.
O primeiro país a adotar o horário de verão foi a Alemanha,
em 1916. Atualmente, mais de trinta países usam essa tática para aproveitar
melhor a luz do Sol. No entanto, mudanças nos hábitos do consumidor e o avanço
da tecnologia reduziram a relevância da economia de energia ao longo dos anos.
Esse foi o argumento usado pelo governo brasileiro para extinguir a medida.