r7 -11/02/2023 17:11
Após dois dias de viagem nos Estados Unidos, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) volta ao Brasil neste sábado (11) sem
muitos avanços efetivos. Durante a visita ao país, o principal anúncio do
petista foi na sexta-feira (10), quando disse
acreditar que os EUA vão ingressar no Fundo Amazônia. No entanto, não foi
especificado qual deve ser o valor disponibilizados pelos EUA ao fundo.
O petista embarca por volta de 12h30 e deve chegar em
Brasília às 20h10, de acordo com a agenda oficial.
"Eu acho que vão. Não só eu acho que vão como é
necessário que participem", afirmou o chefe do Palácio do Planalto sobre a
entrada dos americanos no Fundo Amazônia durante
encontro com o presidente norte-americano, Joe Biden, na Casa Branca, em
Washington, capital dos EUA.
Os dois assinaram um comunicado conjunto dizendo que o
país norte-americano tem a intenção de fazer parte do fundo,
cujo objetivo é financiar projetos de redução do desmatamento e fiscalização do
bioma.
Apesar do documento, Lula comentou que Biden e ele não
chegaram a conversar especificamente sobre o Fundo Amazônia. Contudo, ambos
concordaram sobre a importância de que países mais ricos ajudem nações em
desenvolvimento a preservar o meio ambiente.
No encontro, o petista disse que uma eventual contribuição
do país norte-americano será importante para que o Brasil explore as riquezas
da Amazônia em prol de benefícios da população que habita a região.
"Não discuti especificamente sobre um fundo amazônico.
Eu discuti a necessidade de os países ricos assumirem a responsabilidade de
financiar todos os países que têm florestas. Só na América do Sul, além do
Brasil, temos Equador, temos a Colômbia, temos Peru, temos Venezuela, temos as
Guianas, temos vários países que temos que cuidar", destacou o presidente
brasileiro.
Desmatamento
Durante a visita, Lula se
comprometeu a zerar o desmatamento na Amazônia até 2030 e disse que
"fará um esforço muito grande" para isso. Ele criticou a gestão do
ex-presidente Jair Bolsonaro em relação às políticas climáticas. Apesar da
declaração, no entanto, nenhuma medida foi detalhada. Bolsonaro já tinha
apresentado a mesma promessa há dois anos em carta enviada a Biden.
“Eu assumi o compromisso que até 2030 vamos chegar a
desmatamento zero na Amazônia. Vamos fazer um esforço muito grande para
transformar a Amazônia não em um santuário da humanidade, mas em um centro de
pesquisa compartilhado com o mundo inteiro, para que a gente possa tirar
proveito da riqueza da biodiversidade da Amazônia e ver se transformamos essa
riqueza em melhoria da qualidade de vida para o povo que vive na Amazônia”,
comentou Lula.
Alvo de protestos
Durante a viagem, na capital norte-americana, Lula foi alvo
de protestos. Ele foi chamado de "ladrão" e "ditador" por
alguns brasileiros que foram até a residência onde ele estava hospedado para se
manifestar.
Um homem levou um megafone e pediu ao presidente que fosse
ao encontro dos manifestantes. "Lula, cadê você? A chapa vai esquentar.
Cadê você?", perguntou o homem, que na sequência fez críticas ao chefe do
Executivo brasileiro.
"Lula, ladrão, seu lugar é na prisão. Ditador. Lula é
um ditador comunista", gritou o manifestante.