r7 -14/07/2020 19:47
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, protocolou
na tarde desta terça-feira (14) representação na PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Gilmar Mendes, ministro
do STF (Supremo Tribunal Federal).
Mendes afirmou, no último sábado (11), que o "Exército
está se associando a esse genocídio não é razoável" – uma referência às
políticas adotadas pelo general Eduardo Pazuello, que comanda de forma interina
o Ministério da Saúde. Desde que assumiu, o número de militares chegou a 22 na
pasta.
O R7 Planalto apurou que a representação
protocolada pelo ministério é uma notícia de fato (espécie de apuração
preliminar), para dar início à tramitação interna. Após a análise, a PGR vai
decidir se o caso deve seguir ou se vai arquivá-lo.
A afirmação de Mendes provocou um mal-estar entre o
Judiciário e as Forças Armadas. No domingo (12), uma nota, assinada pelo ministro
da Defesa e pelos três comandantes das Forças Armadas, foi divulgada em tom
bastante crítico.
"Comentários dessa natureza, completamente afastados
dos fatos, causam indignação. Trata-se de uma acusação grave, além de
infundada, irresponsável e sobretudo leviana. O ataque gratuito a instituições
de Estado não fortalece a democracia", afirmava a nota.
Nesta terça, Mendes disse respeitar a atuação das Forças
Armadas, mas relatou estar preocupado "com o rumo das políticas públicas
de saúde" do país. “Em um contexto como esse (de crise aguda no número de
mortes por covid-19), a substituição de técnicos por militares nos postos-chave
do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a
missão institucional das Forças Armadas”, defendeu.
A representação feita na PGR também é assinada pelo
comandante do Exército, Edson Pujol, um militares dos que mais se irritaram com
as declarações de Mendes dentro das Forças Armadas.
Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), considerou
que Mendes, de fato, "usou palavras duras" ao criticar a atuação de
Pazuello e, nesse momento, "temos de baixar a temperatura".
"Acho que (a crítica) foi mais sobre a imagem do que
ataque às Forças Armadas. É melhor a gente diminuir esse enfrentamento,
precisamos respeitar o ministro (Gilmar Mendes) e as Forças Armadas e esperar
que esse conflito seja encerrado rapidamente", disse Maia.