band/uol -06/09/2022 18:42
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
(STF), rejeitou a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) que
pede a troca de relatoria do processo que investiga falas
do presidente Jair Bolsonaro (PL) que associa a vacina contra covid-19 à Aids.
Em resposta a Moraes sobre o indiciamento de Bolsonaro por
incitação ao crime, a PGR disse que o caso deve ser relatado pelo ministro Luís
Roberto Barroso (STF), já que o magistrado já cuida de outros pedidos de
investigação sobre o mesmo tema.
“O presente inquérito versa sobre idênticos fatos de uma das
petições distribuídas ao ministro relator Luís Roberto Barroso, o único,
portanto, com competência, por prevenção, para averiguar as condutas imputadas
ao Presidente da República”, argumentou a vice-procuradora-geral, Lindôra
Araújo.
Apesar da negativa sobre a troca de relatoria, Moraes
atendeu ao pedido da Polícia Federal e encampado pela PGR sobre a prorrogação
do prazo de investigação para mais 60 dias. A vice-procuradora-geral pontuou
que as diligências solicitadas detalharão melhor o fato investigado.
Relembre
Em
outubro de 2021, na tradicional live semanal, Bolsonaro fez uma associação
falsa da vacina contra covid-19 à propagação da Aids, doença provocada pelo
vírus HIV. Naquela ocasião, o presidente citou um falso relatório do governo do
Reino Unido.
O governo britânico, porém, desmentiu a informação e
explicou que o conteúdo foi inventado por um site que divulga notícias falsas e
teorias da conspiração.
A Sociedade Brasileira de Imunologia esclareceu que nenhuma
vacina contra a covid-19 causa Aids. A entidade também lembrou que a imunização
é a forma mais segura e eficaz de prevenir a doença.