r7 -30/01/2023 10:25
A OMS
(Organização Mundial da Saúde) decidiu, nesta segunda-feira (30),
manter o nível máximo de alerta para a pandemia da Covid-19, exatamente três
anos depois de ter declarado a doença como urgência de saúde pública
internacional.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, seguiu as
recomendações do comitê de urgência sobre a Covid-19, composto de diversos
especialistas, que se reuniram na última sexta-feira, de acordo com comunicado
divulgado hoje.
"O diretor-geral da OMS concorda com o conselho
oferecido pelo comitê em relação à pandemia de Covid-19 em andamento e
determina que o evento continua a constituir uma emergência de saúde pública de
interesse internacional. O diretor-geral reconhece as opiniões do comitê de que
a pandemia de Covid-19 provavelmente está em um ponto de transição e agradece
ao conselho do Comitê de navegar cuidadosamente por essa transição e mitigar as
possíveis consequências negativas", diz a nota oficial.
Tedros Adhanom também destacou o avanço no combate à doença.
"Enquanto entramos no quarto ano da pandemia, não há dúvidas de que
estamos numa situação muito melhor do que há um ano, quando a onda da Ômicron
atingiu o pico", disse.
"Mas, desde o começo de dezembro, os reportes semanais
de mortes mostraram aumento. Nas últimas oito semanas, mais de 170 mil pessoas
perderam sua vida para a Covid-19. E isso se refere apenas às mortes
registradas; sabemos que o número real de óbitos é muito maior",
completou.
O diretor-geral da OMS admitiu que não se pode
"controlar o vírus da Covid-19", mas assegurou que é possível
identificar vulnerabilidades nas populações e nos sistemas de saúde. "Isso
significa vacinar 100% dos grupos de risco, significa ampliar o acesso a testes
e o uso de antivirais, significa tomar medidas específicas do contexto de
quando houver um aumento nos casos, significa manter e expandir parcerias entre
laboratórios e, por fim, significa lutar contra as notícias falsas",
advertiu.
Emergência de saúde pública internacional
A OMS declarou a Covid-19 uma emergência de saúde pública
internacional exatamente no dia 30 de janeiro de 2020 e, a cada três meses, se
reúne para reavaliar a situação.
No fim do ano passado, a agência sanitária afirmou ter a
expectativa de que pudesse encerrar as emergências de Covid-19 e mpox neste
ano.
Até agora, conforme os números oficiais da organização,
houve 669 milhões de casos da doença em todos os países que disponibilizam
dados, sendo que mais de 67,8 milhões de pessoas não resistiram às
consequências da Covid-19.
No Brasil, são mais de 36 milhões de casos e quase 700 mil
mortes desde o início da pandemia. Os dados mais recentes, divulgados pelo
Ministério da Saúde, mostram que a doença matou 3.938 pessoas em dezembro, com
média de 131 a cada dia.
A doença ainda está longe de ser um problema solucionado no
país e no mundo, o que é motivo de preocupação da OMS. A avaliação do
comitê não depende de critérios fixos e preestabelecidos, mas de uma
interpretação dos especialistas de acordo com os dados mais recentes de números
de casos, mortes, vacinas e novas variantes.