r7 -28/06/2021 12:09
Uma articulação política para barrar ainda na Câmara a tese
da necessidade do voto impresso para validar o resultado da eleição
presidencial de 2022 reúne líderes de pelo menos 10 partidos.
A novidade é que o movimento congrega parlamentares de
diversas correntes ideológicas que vão do DEM ao Republicanos, passando por
legendas do Centrão, como PP e até do PSL. O objetivo é reunir apoio suficiente
à manutenção do voto eletrônico e evitar que proposta legislativa para a
mudança no sistema avance.
A mobilização é vista com bons olhos no STF, onde é
majoritária a posição contrária à volta do voto impresso, ainda como forma de
checagem do resultado das eleições. O tema é tido como explosivo, uma vez que
projeta novo confronto entre a Corte e o Planalto – desta vez, lançando dúvidas
sobre a legitimidade do processo eletrônico de apuração, dividindo a opinião
dos eleitores que deverão obedecer e legitimar o resultado das urnas.
O próximo presidente do TSE, a substituir Roberto Barroso, é
Alexandre de Moraes. O ministro, que comanda inquéritos como o das Fakes News,
que apura o possível envolvimento de filhos do presidente Bolsonaro,
servidores, parlamentares e empresários apoiadores do presidente em ataques ao
Tribunal, é visto pelo Planalto como adversário político.
Estes antecedentes no histórico de relações entre Moraes e
Bolsonaro é visto como um complicador relevante, caso o STF seja chamado a
dirimir a questão do voto impresso – o que a articulação política visa
prevenir.