r7 -02/08/2021 08:37
A vacina brasileira SpiNTec,
desenvolvida pelo CTVacinas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais),
poderá ser utilizada na vacinação anual contra a covid-19. A informação foi
dada neste domingo pelo ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos
Pontes, durante entrevista coletiva. No sábado (2), a Anvisa (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária) informou que recebeu
o pedido para realização de estudos de fases 1 e 2 da SpiNTec.
A análise considerará, segundo os procedimentos da Anvisa, a
proposta do estudo, o número de participantes e os dados de segurança obtidos
até o momento nos estudos pré-clínicos realizados em laboratório e em animais.
O CTVacinas é o centro de pesquisas em biotecnologia da UFMG.
Na entrevista deste domingo (1º), juntamente com
representantes da universidade, Pontes afirmou que o trabalho de sua pasta está
em sintonia com o do Ministério da Saúde. Segundo ele, a SpiNTec poderá ser
usada em campanhas anuais, assim como outras vacinas nacionais que surgirão.
"Teremos vacinação anual. E o fato de termos vacinas
nacionais significa que elas poderão ser usadas nestas vacinações", disse
Pontes. "A ideia é que tenhamos esta vacina participando do plano
nacional."
O ministro destacou ainda o fato de vacinas como a SpiNTec
estarem surgindo em intervalos menores, em apenas alguns meses. No passado,
pontuou o ministro, o desenvolvimento de imunizantes durava entre 5 e 10 anos.
Durante a coletiva, técnicos do ministério e pesquisadores
da UFMG esclareceram detalhes da SpiNTec. A vacina utiliza a estratégia de
proteína recombinante, que consiste na identificação, dentro do genoma do novo
coronavírus, das sequências com informações para produção de proteínas. Estas
sequências são introduzidas em bactérias que, por sua vez, passam a produzir
proteínas que servirão para a formulação da vacina.
Como a vacina utiliza a tecnologia de proteína recombinante,
a expectativa é de que seu custo final seja inferior ao de outros imunizantes
que já estão no mercado. Pelos testes já realizados, a vacina funcionou em
animais. Agora, os pesquisadores esperam, com a anuência da Anvisa, testá-la em
seres humanos.
A expectativa dos pesquisadores é de que a SpiNTec seja
aplicada em duas doses - como a maioria das vacinas já autorizadas no País - em
intervalos de 21 dias. Nos ensaios pré-clínicos, foram feitos testes com ao
menos uma das variantes do novo coronavírus e o imunizante brasileiro se
mostrou eficaz.