comunica andradina -11/03/2022 17:08
O Governo de Andradina, por determinação do prefeito Mário
Celso Lopes, vai sancionar de imediato uma lei de autoria do vereador Hugo
Zamboni (Patriotas) que cria o Programa Cooperação e Prevenção Contra a
Violência Doméstica (Sinal Vermelho), a partir de um mecanismo de combate a
esse tipo de crime. A lei foi aprovada nesta segunda-feira, semana em que se
comemora o Dia Internacional da Mulher (8 de março).
Um encontro com o autor da lei e as vereadoras Elaine Vogel
e Eloá Pessoa, esclareceu pontos importantes sobre o projeto.
“A lei será sancionada imediatamente para que nós possamos
traçar as diretrizes para que a cidade possa colaborar com o combate a essa
coisa, que é horrível na sociedade que a violência contra mulher. Estamos
juntos com a Câmara Municipal nesta luta”, disse o Prefeito.
Segundo o vereador, os lares brasileiros ficaram mais perigosos
para as mulheres durante a pandemia. Os números de denúncias de violência
doméstica aumentaram significativamente e nos últimos 90 dias foram registradas
81 ocorrências de violência contra mulher na cidade.
“Andradina ficou conhecida nacionalmente após o caso de uma
mulher que ligou a delegacia denunciando estar em perigo fazendo um pedido de
pizza a um policial. Ela se utilizou de uma comunicação alternativa para que
pudesse se livrar a violência sofrida. “Esse programa estabelece ações municipais
de comunicação não-verbal para que as mulheres possam comunicar agressões e
procurar ajuda antes do que aconteça”, explicou Zamboni.
Além de um conjunto de sinais, como o já utilizado “X”
vermelho na palma da mão, o programa do vereador cria um protocolo de conduta e
ações para quando alguém perceber o “pedido de socorro”.
“Com todo o apoio do executivo temos a força para que o
projeto funcione e também para que possamos fazer valer essa união da sociedade
contra a violência doméstica”, disse Zamboni.
Mensagem silenciosa
O sinal “X” feito com batom vermelho (ou qualquer outro
material) na palma da mão ou em um pedaço de papel, o que for mais fácil,
permitirá que a pessoa que atende reconheça que aquela mulher foi vítima de
violência doméstica e, assim, promova o acionamento da Polícia Militar.
Os atendentes que receberam a mensagem deverão seguir, com
as orientações necessárias ao atendimento da vítima e ao acionamento da Polícia
Militar, de acordo com um protocolo preestabelecido.
Quando a pessoa mostrar o “X”, o atendente, de forma
reservada, usando os meios à sua disposição, registra o nome, o telefone e o
endereço da suposta vítima, e liga para o 190 para acionar a Polícia Militar.
Em seguida, se possível, conduz a vítima a um espaço reservado, para aguardar a
chegada da polícia. Se a vítima disser que não quer a polícia naquele momento,
entenda. Após a saída dela, transmita as informações pelo telefone 190. Para a
segurança de todos e o sucesso da operação, sigilo e discrição são muito
importantes.
Caso Rita Fernandes
A decisão de sancionar o projeto acontece no mesmo dia do
início do Júri Popular contra o assassino da enfermeira Rita Fernandes, que
aconteceu em junho de 2021.
O marido, um homem de 55 anos, assassinou a mulher na
residência do casal, no bairro Benfica.
Ela foi atacada enquanto dormia, sendo assassinada com
facadas, golpes de marreta e de ferro de passar roupas. Após o crime ele tentou
suicídio.
“Rita esteve em meu gabinete um dia antes, a procura de
emprego e relatou estar com problemas com o marido, mas não foi explicita em
relação aos problemas, nem tinha um código para pedir ajuda. Ficamos chocados
com sua morte e desejamos que casos como esse não voltem a se repetir”,
finalizou o vereador.