r7 -04/03/2023 18:39
Um projeto de lei apresentado ao Senado pode dificultar a
nomeação da ex-presidente
Dilma Rousseff (PT) para o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o banco dos
Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A
proposta, do senador Rogério Marinho (PL-RN), quer exigir que os indicados
brasileiros para os cargos de presidência e direção de instituições financeiras
internacionais sejam aprovados no Senado.
“É preciso que o Senado analise o espectro amplo das
aptidões para o cargo, sobretudo por ser também a Casa responsável por
autorizar operações externas de natureza financeira”, afirmou Marinho. “Nossa
proposta é que o indicado tenha reputação ilibada e notória capacidade em
assuntos econômico-financeiros, com mais de dez anos de experiência”,
acrescentou.
O senador também argumenta que a prática ocorre na indicação
de diretores e presidentes de agências reguladoras e também em cargos de
embaixador em missões diplomáticas no exterior. “Ou seja, tem-se em conta que
são situações em que o interesse nacional já é escrutinado e validado, não
apenas por um interesse de ocasião do Poder Executivo, mas do Estado
brasileiro.”
Se for confirmada como nova presidente do NBD, Dilma pode
ter um salário de cerca de R$ 290 mil. Desde o início do mandato, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem articulado a renúncia do atual presidente do
NBD, Marcos Troyjo, sem que ele termine o mandato, que vai até 2025.
Troyjo foi nomeado para a liderança do NBD em 2020, pelo
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na época, ele atuava como secretário
especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da
Economia, chefiado pelo então ministro Paulo Guedes.
O petista tem viagem marcada a Pequim, na China, sede do
NBD, na segunda quinzena de março, e há a expectativa de que Dilma integre a
comitiva. Já o projeto de lei precisa passar por comissões e pelo plenário do
Congresso.