https://revistaoeste.com/ -05/12/2022 22:28
O mercado elevou sua expectativa para o patamar dos juros ao
fim do próximo ano, antecipando uma redução menor da taxa Selic ao longo de
2023, ao mesmo tempo que previu um aumento maior da dívida pública, mostrou o
relatório semanal Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira, 5.
Para 2023, o mercado projeta uma Selic de 11,75% no fim de
2023, 0,25 ponto porcentual a mais do que na semana passada e 0,5 ponto
porcentual a mais do que há quatro semanas. O aumento na projeção dos juros
reflete as incertezas em relação ao teto de gastos e à política fiscal no
governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O cenário de contas públicas contemplado no Relatório de
Mercado Focus também reflete a política fiscal de Lula e mostra situações
opostas em 2022 e 2023. Para este ano, as estimativas têm melhorado, em
consonância com os bons resultados fiscais. Já as projeções para 2023 se
deterioram em meio aos temores com os planos de aumento de gastos do governo
eleito.
Para 2022, os analistas projetam que a dívida líquida do
setor público atinja 57,7% do PIB, mesmo patamar da semana e inferior à
projeção de quatro semanas atrás (58,45% do PIB). Já para 2023, a projeção era
de 61% há uma semana e agora é de 61,5% do PIB.
Além disso, o relatório também mostrou que o mercado está
prevendo que o PIB cresça mais de 3% neste ano e a inflação chegue perto dos
6%. As projeções para o câmbio diminuíram na última semana, de R$ 5,27 para R$
5,25, e a sinalização é que o Comitê de Política Monetária mantenha a taxa
básica de juro em 13,75% ao ano nesta semana.
A projeção da inflação para 2023 também cresceu. Há quatro
semanas, era de 4,94%; passou a 5,02% há uma semana e agora está em 5,08%.
A estimativa para o superávit primário em 2022 passou de
1,25% para 1,29% do PIB. Há um mês, era de 1% do PIB. Já, para 2023, a projeção
de déficit primário piorou de 0,80% para 0,90% do PIB, de 0,50% quatro semanas
antes.