r7 -30/10/2020 13:51
O Fundo de Investimentos Diretos da Rússia (RDIF), a empresa
União Química Farmacêutica Nacional e o governo do Estado do Paraná anunciaram
nesta sexta-feira (30) que fizeram a pré-submissão de documentos preliminares
para o registro da vacina contra covid-19 Sputnik V junto à Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com comunicado, os documentos foram entregues à
Anvisa na quinta-feira (29). A Sputnik V é a primeira vacina contra covid-19 a
obter autorização regulatória no mundo, depois de o governo da Rússia lhe
conceder registro em agosto, medida que gerou dúvidas em especialistas, já que
o potencial imunizante ainda não teve seus testes em estágio avançado em
humanos concluídos.
"O RDIF e a União Química, com o apoio do governo do
Paraná, cooperam de forma proativa com a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária do Brasil, que tem desempenhado um papel fundamental e sensível para
registrar, o quanto antes, a vacina Sputnik V no país", disse, segundo
comunicado o presidente-executivo do RDIF, Kirill Dmitriev.
Ainda de acordo com o comunicado, será lançado "em
breve" a produção em solo brasileiro das primeiras doses da Sputnik V,
como parte do acordo de transferência de tecnologia entre o fundo russo e a
União Química.
"O registro permitirá passar à produção, bem como à
distribuição da vacina no território brasileiro em breve."
A Anvisa estabeleceu uma metodologia diferenciada de análise
de registros de vacina contra a covid-19, no qual os documentos são submetidos
e revisados pelo órgão regulador de forma contínua, assim que se tornam
disponíveis.
Normalmente, toda a documentação é entregue de uma vez só,
ao término de estudos que visam comprovar a segurança e a eficácia do
imunizante. O objetivo é acelerar a análise dos pedidos de registro em meio à
pandemia.
A Anvisa já recebeu documentos das candidatas a vacina da
farmacêutica britânica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, no
Reino Unido, e do potencial imunizante da chinesa Sinovac, que está sendo testada
e será produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, do governo do Estado de São
Paulo.