r7 -04/11/2022 11:06
Eleito com 50,9% dos votos válidos no segundo turno, Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir com partidos e aliados nos próximos
dias para decidir a composição do futuro governo. Durante a campanha, ele resistiu à pressão de apresentar nomes, mas informou que
novas pastas devem ser criadas ou recriadas a partir de 2023.
Caso cumpra a promessa, Lula
vai escolher ministros para pastas como a da Mulher, Segurança
Pública, da Igualdade Racial, dos Povos Originários, da Cultura, da Pesca, do
Planejamento, da Fazenda, da Indústria e do Desenvolvimento Agrário, além das
que já existem na Esplanada dos Ministérios.
A composição da Esplanada dos Ministérios com Lula no
Palácio do Planalto deve aumentar dos atuais 23 ministérios para ao menos 33.
Essa ainda é uma conta preliminar e o número pode crescer até a posse do
petista. A ideia de Lula é desmembrar os gigantes da Esplanada e setorizar
os temas, o que facilitaria a gestão no entendimento da equipe dele.
Especialistas, no entanto, dizem que quanto mais pastas para
o governo administrar, mais difícil deve ficar o contato direto do presidente
eleito com os seus ministros, o
que pode comprometer a eficiência administrativa da gestão de Lula. Além
disso, a ampliação de ministérios é vista como uma forma de o petista acomodar
aliados, ainda mais considerando que o PT formou uma coligação com outros nove
partidos para disputar a eleição presidencial deste ano.
Lula, de todo modo, quer priorizar nomes do próprio PT.
Fernando Haddad (PT), por exemplo, que perdeu a eleição para o Governo de São Paulo na
disputa com Tarcísio de Freitas (Republicanos), não deve ser abandonado. O
professor universitário é um dos cotados para um dos ministérios da área
econômica, pois Lula deve desmembrar o atual superministério chefiado por Paulo
Guedes, que cuida da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio
Exterior.
Concorrem com Haddad o ex-ministro da Fazenda e
ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, o economista Gabriel
Galípolo e o ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública é outro que deve
ser dividido. Para a vaga de ministro da Justiça, dois nomes são cotados: o do
ex-governador do Maranhão e senador eleito Flávio Dino (PSB) e o do advogado e
filósofo Silvio Almeida.
Simone Tebet (MDB-MS), aliada na campanha depois de perder a
eleição ao Planalto no primeiro turno, é apontada como uma opção para os
ministérios da Agricultura e da Educação. Na Agricultura, ela disputa
preferência com a senadora Kátia Abreu (PP-TO) e com o senador Carlos
Fávaro (PSD-MT). Na Educação, também são estudados os nomes do ex-governador do
Ceará e senador eleito Camilo Santana (PT) e do ex-deputado federal Gabriel
Chalita (sem partido).
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB-SP),
escolhido por Lula para coordenar a transição de governo, é um nome possível
para ao menos duas pastas: a da Saúde e a da Defesa. Caso ele seja indicado
para algum ministério, acumularia as funções de vice-presidente e
ministro.
Outro nome sondado pela campanha petista para assumir
o Ministério da Saúde é o do infectologista David Uip. Dois
dias antes da eleição, o médico se desfiliou do PSDB após 27 anos no partido.
Ele disse que a decisão de deixar o partido não tem relação com seu futuro no
governo petista e comentou que, embora saiba que é um dos cotados para a
Esplanada dos Ministérios, ainda não foi procurado por Lula nem pelo PT.
No Ministério do Meio Ambiente, dois nomes também estão no
radar de Lula: Marina Silva (Rede), que foi eleita deputada federal por São
Paulo e já comandou a pasta, e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi
um braço forte do petista na campanha no Norte do país.
Para a Casa Civil, Lula sinalizou que tem preferência por um
nome de confiança e com experiência na articulação com outros ministros, governadores
e com o Congresso Nacional. Para essa pasta, são cotados os nomes
do ex-governador do Piauí e senador eleito Wellington Dias (PT) e
do governador da Bahia, Rui Costa (PT).