r7 -13/10/2021 13:17
Os talibãs alertaram delegados dos Estados Unidos e da União
Europeia (UE) para a possibilidade de que as sanções econômicas contra o governo
afegão podem minar a segurança internacional e deflagrar uma onda de refugiados
econômicos. As declarações ocorreram durante encotro em Catar.
O ministro talibã interino das Relações Exteriores, Amir
Khan Muttaqi, disse a diplomatas ocidentais em Doha que "enfraquecer o
governo afegão não é do interesse de ninguém, porque seus efeitos negativos
afetarão diretamente a segurança do mundo e a migração econômica do país",
de acordo com um comunicado divulgado na noite da última terça-feira (12).
Os talibãs, islamistas radicais, derrubaram o governo afegão
apoiado pelos EUA em agosto passado, após um conflito de duas décadas para
impor sua rígida interpretação da lei religiosa.
Suas tentativas de estabilizar o país, que enfrenta ataques
do grupo extremista Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), viram-se, no entanto,
afetadas pelas sanções internacionais. No momento, bancos estão sem dinheiro, e
funcionários públicos estão sem receber salário.
"Pedimos aos países do mundo que acabem com as sanções
e permitam que os bancos operem normalmente para que grupos de assistência,
organizações e governo possam pagar salários com as próprias reservas e
assistência financeira internacional", apelou Muttaqi, segundo a nota, na
reunião de Doha.
Os países europeus temem que um colapso da economia afegã
provoque uma saída em massa de migrantes. Esse fluxo pressionaria países
vizinhos, como Paquistão e Irã, e, eventualmente, as fronteiras da UE.
Washington e a UE disseram estar preparados para apoiar
iniciativas humanitárias no Afeganistão, mas preocupados em dar assistência
direta aos talibãs sem garantias de que respeitarão os direitos humanos,
especialmente os das mulheres.