afp -23/12/2022 16:54
Três pessoas morreram e três ficaram feridas após terem
sido atingidas
por tiros nesta sexta-feira (23), pouco antes do meio-dia, no 10º
arrondissement (bairro) de Paris. O ataque foi executado por um homem de 69
anos e nacionalidade francesa, que foi preso.
O tiroteio aconteceu na rua d'Enghien, perto de um centro
cultural curdo, em um movimentado bairro comercial que é particularmente
popular entre a comunidade curda.
Uma investigação foi aberta com base nos crimes de
homicídios dolosos e violência com agravante.
Por enquanto, o caso ficará sob responsabilidade da Brigada
Criminal e da Polícia Judiciária parisiense, informou a Promotoria de Paris. "O
autor foi preso junto com sua arma. O perigo passou", disse uma fonte
policial à AFP.
Segundo as autoridades, o autor dos disparos é um condutor
de trem aposentado conhecido por duas tentativas de homicídio — cometidas em
2016 e 2021. Ele não constava, porém, nos arquivos de inteligência territorial
e da Direção-Geral de Segurança Interna, segundo a mesma fonte.
"O assassino, ele mesmo [ferido e] em relativo estado
grave, foi levado ao hospital", informou a prefeita do 10º arrondissement,
Alexandra Cordebard. No cruzamento da rua d'Enghien com a rua d'Hauteville, um
perímetro de segurança foi montado pela polícia, constatou um jornalista da
AFP.
"Um ataque com armas de fogo aconteceu. Obrigado às
forças de segurança por sua ação rápida", escreveu o vice-prefeito da
cidade, Emmanuel Gregoire, em um tuíte. "Pensamentos para as vítimas e aqueles
que testemunharam este drama."
Em viagem pelo norte do país, o ministro do Interior, Gérald
Darmanin, disse no Twitter que estava voltando a Paris "após o dramático
tiroteio ocorrido nesta manhã". "Todos os meus pensamentos estão com
os entes queridos das vítimas", expressou.
No local do tiroteio, a comoção era grande. Membros do
centro cultural Ahmed Kaya choravam, abraçando-se para se consolar, observou um
jornalista da AFP. Alguns, dirigindo-se à polícia, gritavam "está
recomeçando, vocês não estão nos protegendo, estão nos matando".
A notícia do tiroteio trouxe nervosismo à superfície de uma
cidade que tem sido repetidamente atingida por ataques terroristas islâmicos
desde 2015. Além disso, Paris ocasionalmente experimenta surtos de violência de
grupos criminosos.