r7 -11/04/2022 12:57
Caciques do União Brasil tentam convencer o ex-juiz e
ex-ministro da Justiça Sergio Moro a ser candidato a deputado federal.
Reservadamente, fontes do partido falam que esse é o único espaço possível para
o recém-filiado. Resta Moro ser convencido.
Paranaenses, Moro e a esposa, a advogada Rosângela, mudaram
o domicílio eleitoral para São Paulo. A ideia do casal era que ela disputasse
uma vaga na Câmara dos Deputados, e ele, a Presidência ou o Senado pelo novo
partido. O problema é que uma ala importante do União Brasil não quer Moro
disputando as eleições majoritárias.
Como era esperado, o União Brasil, fruto da fusão do DEM com
o PSL, encolheu na janela partidária na Câmara dos Deputados, e Moro pode ser
um puxador de votos, promovendo o aumento da bancada para 2023. A fatia de
recursos do fundo partidário é proporcional ao tamanho das bancadas na
Câmara.
Pesam ainda contra a disputa na eleição majoritária alguns pontos: a disputa
para o Senado em São Paulo será acirrada, em 2022 há apenas uma vaga por
estado. Além da possibilidade de ficar de fora, existe outro suposto cenário:
caso eleito, Moro poderia sair do partido durante o mandato, pois o mandato dos
senadores não é do partido, como acontece nas eleições proporcionais.
Já uma eventual disputa à Presidência enfrenta a resistência de governadores
que buscam a reeleição e preferem ter a imagem associada a outros candidatos,
mesmo sem apoio formal. É o caso de Ronaldo Caiado, em Goiás, alinhado a
Bolsonaro, e ACM Neto, na Bahia, alinhado a Lula. Para ambos e outros
pré-candidatos, subir no palanque de Moro traria mais pontos negativos do que
positivos.
Pela parte de Moro, o ex-juiz está ficando cada vez com
menos opções. Se quiser permanecer na política – outra opção seria voltar para
a iniciativa privada – deverá ter que aceitar começar a disputar eleições para
uma cadeira mais modesta, na Câmara dos Deputados.