agencia estado -15/01/2023 00:18
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) emitiu uma nota de alerta
nesta sexta-feira (13) para um "aumento considerável" de possíveis
casos da variante XBB do coronavírus Sars-CoV-2 – a mais
transmissível já detectada – no país.
Em comunicado, a instituição brasileira destacou que a nova
cepa do vírus causador da Covid-19 tem se disseminado mundialmente,
especialmente a linhagem XBB.1.5. (chamada de Kraken) nos Estados Unidos,
associada a um aumento de hospitalizações pela doença no Brasil.
Segundo comunicado, a Rede Genômica Fiocruz identificou um
aumento de testes positivos de Covid-19 sem a mutação que caracteriza a
linhagem Ômicron BA.5 e suas subvariantes, que era vista em "praticamente
100% dos testes realizados".
Diferentemente da Ômicron – que tem uma mutação
identificável em exames de diagnóstico –, a XBB somente pode ser detectada por
meio do sequenciamento genético.
As possíveis amostras com linhagens da XBB aumentaram de 5%
do total analisado no início de dezembro para 15% na última semana daquele mês.
"Considerando o cenário global da diversidade de
variantes do Sars-CoV-2, os pesquisadores concluíram que o aumento de variantes
sem essa mutação pode corresponder à linhagem XBB", destacou a
instituição.
A Fiocruz ressaltou, ainda, que dados de sequenciamento
genômico detectaram duas amostras com a linhagem XBB.1.5, em São Paulo.
"Entretanto, os dados genômicos de dezembro ainda são
escassos, destacando a importância de ferramentas de inferência de variantes
por PCR para a detecção precoce da mudança do perfil de circulação do
vírus".
Os testes de PCR analisados no relatório foram feitos por
uma rede de laboratórios privada que colabora com a Fiocruz.
O primeiro caso identificado no Brasil, em 5 de janeiro, é
de uma mulher de 54 anos, moradora do município de Indaiatuba, interior de São
Paulo.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) advertiu em 4 de
janeiro sobre o aumento de casos da XBB.1.5 na Europa e nos Estados Unidos.
"A XBB.1.5, uma recombinação das sublinhagens BA.2,
está aumentando na Europa e nos Estados Unidos, foi identificada em mais de 25
países e a OMS está monitorando de perto", disse à época o diretor geral
da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.